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Palácio dos Duques de Lafões

Na calçada com o mesmo nome está situado o Palácio dos Duques de Lafões, com fundação datada de finais do século XVIII (1777).

João Carlos de Bragança de Sousa Ligne Tavares de Mascarenhas da Silva, segundo duque de Lafões, começou a edificar o Palácio, que possuía, em 1760, uma bela quinta anexa. As obras ficaram concluídas apenas em 1777, sendo notórias, na traça arquitetónica, as influências da arte setecentista, posterior ao terramoto. O nobre, segundo filho do infante D. Miguel, recebeu em 1779, o título de II Duque de Lafões e a ele se deve a criação da Academia das Ciências. D. João Mascarenhas foi estadista e homem público, conhecedor de todas as cortes da Europa. Aos 82 anos, ainda era general-marechal do Exército Português. Em 1801, o nobre recolheu-se ao seu Palácio, afastando-se da vida pública.

A propriedade, que foi passando, hierarquicamente, de pais para filhos, pertencia, em 1878, ao V Duque de Lafões, D. Caetano Sigismundo de Bragança. O nobre herdou os títulos e bens dos seus antepassados, à exceção dos morgados de Soure e de Marialva, dado que aqueles morgadios haviam sido extintos. D. Caetano vendeu grande parcela dos terrenos fronteiros do palácio, virados a poente, para a ampliação dos serviços de Manutenção Militar, e virados a norte, para urbanização. A quinta desapareceu completamente e os magistrais jardins foram substancialmente reduzidos, face a estas transações.

No princípio do século XIX, quando o Tejo ainda vinha à porta do palácio e a rua do Grilo não tinha sido construída, existia ali um cais denominado dos “duques”.
Em 1946, o palácio era habitado pelo sétimo Duque de Lafões. D. Lopo Caetano, casado com Maria José da Graça Paço Viana Barreto.

Atualmente, é uma das raras casas nobres de Lisboa que ainda está habitada.
Quanto ao Palácio, segundo as palavras do olissipógrafo Norberto de Araújo, «na sua fachada, encimando o seu ângulo poente, sobre a rua do Grilo, pode ver-se uma pedra que diz: “S. Bento de Xabregas”, o que atesta que os terrenos onde se edificou a propriedade urbana e rústica pertenciam, de domínio direto, aos frades de S. Bento (depois do Beato António), cujo convento ficava para nascente» – atual Alameda do Beato.

A placa de referência está assente na fachada de um dos edifícios contíguos, que ainda pertenciam à Casa de Lafões.